25.2.17

Hollywood, 2017 by Annie Leibovitz


Photograph by Annie Leibovitz. Styled by Jessica Diehl, VANITY FAIR

as imagens de Leibovitz nunca são superficiais, mesmo quando nos mostra a superficialidade

Aqui o seu mais recente trabalho para a Vanity Fair:



24.2.17

Metro, New York, 1946 by Standley Kubrick

Fotografias do Metro em New York em 1946 
tiradas por Standley Kubrick quando tinha apenas 17 anos. 

Vale a pena ver todas:

23.2.17

A terra poeteia, de campo a campo

A terra poeteia, de campo a campo,
com árvores interlineares, e deixa
que teçamos nossos próprios caminhos ao redor
da terra arada, para o mundo.
Flores rejubilam-se ao vento,
a grama estende-se macia para acolhê-las.
O céu se torna azul e saúda suavemente
as macias cadeias que o sol teceu.
As pessoas passam, ninguém está perdido —
terra, céu, luz e florestas —
brincam na brincadeira do Todo-Poderoso.
Hannah Arendt , in Revista Bula

20.2.17

an approach ...

"an approach to Jorge 2" de Luísa Correia Pereira

19.2.17

A luz ...

"A luz é cada vez mais clara 
e a treva cada vez mais negra."

Teixeira de Pascoaes

11.2.17

Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti - No Teu Poema



No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta, uma varanda para o mundo

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe a noite
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
O cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco, ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera... Do futuro

José Luís Tinoco

Digo: "Lisboa"

Digo:
“Lisboa”
Quando atravesso – vinda do sul – o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão noturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas –
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construida ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
– Digo para ver
Sophia de Mello Breyner Andresen (1977), in Obra Poética, 2011

1.2.17

Donald Trump é patético e perigoso, mas temos que combatê-lo nas raízes senão torna-se incontrolável

Donald Trump é patético, fazendo-se filmar a cada Decreto que assina, para se inscrever no tempo e na realidade, para se legitimar junto dos seus eleitores. Para ele e para aqueles que o dirigem as instituições são dispensáveis, pois a sua acção dirige-se directamente "ao povo".
Donald Trump tem a preparação de uma criança para governar, parece-nos um palhaço do mundo de hoje, mas infelizmente ele quer mesmo levar-se a sério, sem qualquer preocupação face às consequências das acções que não param.
Tem uma ignorância gritante e uma arrogância ainda maior. Mas a verdade é que é suportado por milhões de americanos e por muita gente no mundo inteiro, mesmo na Europa, que simpatizam com a sua ideologia e com a sua atitude prática de desmontagem dos valores civilizacionais. E é a essas pessoas que é preciso chegar, é a essas pessoas que os políticos democratas, lúcidos e moderados dos dias de hoje têm que saber chegar. A simples indignação contra esta nova administração não chega, é preciso uma atitude firme de esclarecimento e proximidade junto das pessoas, desses milhares que vivem no medo, na desconfiança, na intransigência, que vivem arredados e que em silêncio se deliciam com as notícias das novas leis de Trump que dia após dia sentem como se fossem suas.