19.6.11

Os ecos da tempestade

Há com certeza milhões por esse mundo que não ouvem nem ouvirão os ecos da "tempestade". Têm quase nada e a sua paisagem foi quase sempre a mesma por isso ouvirão apenas os ecos, se a chuva e sol ajudarem.



O mundo está a ruir lentamente para os que construiram a sua vida sobre os alicerces do conforto; para os que crêem na perenidade das instituições, no Estado de Direito; para os que crêem que os direitos alcançados não podem ser tirados; para os acreditam que a civilização dará garantias constantes; para os que aos 20 anos sonham somente com "a estabilidade" que a sua vida terá aos 30.


Tempos ainda mais difíceis estão para chegar. Muitos de nós segurar-se-á à sua pequena jangada, rezando para que consiga alcançar a margem sem perdas. Muitos de nós procurará estar a salvo dos estilhaços pelo que não terá condições para olhar, pensar, partificipar na construção do mundo ou na desconstrução de modelos. Muitos de nós será engolido pelo facilitismo das opiniões radiciais, pela propensão ao ódio, pela intolerância. Muitos de nós virá para a rua acusar o vizinho, o amigo, espezinhar a história, o seu próprio passado.

Muitos de nós sentirá na pele e na boca as cinzas dos princípios e dos valores que hoje ainda habitam as nossas cabeças e corações. O que estaremos dispostos a dar ao nosso tempo? Em que lugar queremos estar?

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