12.1.14

Canção nocturna


Hálito da imobilidade. O rosto de um animal
Congela de azul, a sua santidade.
O silêncio na pedra é tremendo.

A máscara de um pássaro nocturno. Um trítono
Suave funde-se num só. Elai! * O teu rosto
Dobra-se mudo sobre a água azulada.

Oh! Espelho silencioso da verdade.
Na têmpora de marfim solitário
Surge o reflexo dos anjos caídos.

*Elai ( aramaico ): meu Deus. Segundo o Novo Testamento,
 Jesus clamou na cruz nesta língua: “ Meu Deus, meu Deus,
 porque me abandonaste? “

poema de Georg Trakl (1887 / 1914)

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