16.1.10

Olhar-limite

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Todos os dias te trazem e não te vejo
Como poderei ver-te na tua imagem?
É um olhar de um só lado, um olhar-limite
A tua ausência de vida entranha-se na nossa pele
O nosso sorriso tem rasgos de loucura
No rosto esfuma-se a história do rosto
A banalidade da tua morte é o vazio da nossa vida
A inquietude cresce, como se brotasse da terra
Vive-se no centro de uma gravidade
Velocidade concêntrica que arrasta e dispersa
Todos os lugares são o centro de qualquer coisa
Trazem-te e levam-te como se não fosses real
Como poderei falar-te da tua imagem?
O meu olhar em ti é uma forma à deriva
uma cinza que se move
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MMMJB

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