Vivemos em suspenso. Para além instabilidade vinda da especulação, das oscilações dos mercados, do descrédito nas instituições, há um movimento que nos sussura uma ideia de "fim dos tempos". Uma pedra cai sobre a água e afunda-se ...ouve-se o propagar do som. Estamos no auge do transitório e o medo desdobra-se em mil faces. Habituámo-nos a pensar que teríamos sempre uma mão que nos seguraria quando o corpo entrásse em queda. Mas e se a mão já não estiver lá? E se no novo tempo aquilo que conquistámos já não nos servir para nada? As pessoas estão agora a pensar no que realmente têm e que não pode ser "levado". São obrigadas a ver-se a confrontarem-se consigo mesmas. Talvez por isso se verifique uma maior apetência para a participação solidária. Mas são tempos perigosos. Perante a insatisfação geral facilmente se acede um rastilho e são propagadas as mais obscuras ideias. É tempo de reler a história e tentar ler os sinais vindos de todos os lados. É tempo de subir à montanha para poder ver mais longe. É tempo de resistir.
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