Rara
será a existência que actualmente se não deixe balouçar ao sabor das correntes,
cada hora impelida a um rumo diferente pela última notícia que se leu ou pela
última conversa que se teve. Sem fim a que aponte, a alma da maioria dos homens
flutua na vida com a fraca vontade e a gelatinosa consistência das medusas; um
dia se sucede a outro dia sem que o viver represente uma conquista, sem que a
manhã que renasce seja uma criação do nosso próprio espírito e não o fenómeno
exterior que passivamente se aceita e que por hábito nos impele a um
determinado número de acções (...)
Agostinho da Silva
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