pintura de Joseph M. W. Turner, Sun Setting over a Lake, 1840
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Às vezes pesa o silêncio como uma grande pedra que entrou na nossa casa e nos deixa sem espaço. Mas sabemos que aquela pedra é talvez o que está mais próximo de nós, naquele momento, como uma extensão. Nesses dias, todos os barulhos, todas as vozes, todas as músicas nos agridem. Tentamos recordar os dias em que o silêncio é uma grande benção e o nosso peito está livre e desimpedido; esses dias em que o respirar nos une a qualquer coisa maior, que flui. Tentamos recuperar espaço, no nosso abrigo, até que lá fora parem os sons da guerra. E haverá uma manhã em que o dia conseguirá entrar em nós como uma claridade para que prossigamos lá fora como que renascidos, prontos para começar a partir de um chão-zero.
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