Somos almas tão simples. Há, talvez, uma semelhança tão grande no que todos queremos da vida. E, no entanto, a complexidade da interpretação, o cruzamento da memória, a forma como vivemos as emoções e os sentimentos deixam-nos à deriva, à procura de um caminho onde tudo isso faça sentido. Queremos encontrar a grandeza da simplicidade onde a nossa árvore cresça harmoniosamente. Queremos simplesmente encontrar. Queremos esta coisa antiga, esta coisa de espécie: dar um sentido às nossas acções, amar e ser amados. Mas aqui estamos, enredados num sistema que nos pode afastar cada vez mais da simplicidade e estimula a incerteza, o medo de ousar, de acreditar, de ter um pensamento próprio.
Há um desajuste entre a simplicidade da nossa alma e a forma como por vezes a vida se nos apresenta. É por isso que valorizamos tanto as relações humanas. É no encontro das sensibilidades, na franqueza das palavras, na partilha de saberes, no amor e na amizade que reside aquilo que de mais fundamental existe ao ser humano. São essas as ilhas de luz na nossa memória. É essencialmente isso que nos ilumina o caminho.
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